C.A.S.E. lança ‘Scanner das Soluções’ para estimular ações de alto impacto positivo para o clima, natureza e as pessoas

A menos de um mês da COP30, lançamento da plataforma digital tem o objetivo de reunir e disponibilizar para consulta soluções escaláveis, desenvolvidas e já testadas pelo setor privado brasileiro

São Paulo, 16 de outubro de 2025 – A C.A.S.E. (Climate Action Solutions & Engagement), iniciativa idealizada pelo setor privado brasileiro para dar visibilidade a soluções climáticas já implantadas e com potencial de escala internacional, lança o Scanner das Soluções. A plataforma digital funciona como um canal aglutinador de informações, criado para inspirar o mercado global e disseminar conhecimento prático para apoiar mudanças rumo à transição climática.

Disponibilizada no website da C.A.S.E., a ferramenta foi desenvolvida para ser um repositório de soluções, com atualização contínua. Inicialmente, será possível acessar 20 cases aprofundados em textos, vídeos e fotos. Com isso, a C.A.S.E., proposta idealizada por Bradesco, Itaúsa, Itaú Unibanco, Marcopolo, Natura, Nestlé e Vale, contribui para a formação de um registro digital de iniciativas de impacto já em curso no Brasil, posicionando o setor privado brasileiro como parte fundamental rumo à transição climática.  A realização da COP30, em Belém, é uma oportunidade para dar visibilidade a essas soluções e reforçar a urgência de transformar compromissos em ações.

No Scanner das Soluções o usuário pode selecionar filtros temáticos (como infraestrutura, energia limpa, bioeconomia, economia circular, sistemas alimentares, entre outros) e acessar os exemplos correspondentes em detalhes e diferentes formatos. Em um momento decisivo e urgente para o enfrentamento da crise climática, o papel da C.A.S.E. é promover a articulação, a implementação e o engajamento de diferentes atores da economia para provocar mudanças em escala.

As soluções presentes no Scanner têm como característica em comum: maturidade, escalabilidade e terem sido aplicadas em território nacional. Serão compartilhadas com a Presidência da COP30, e se somam a outros esforços em curso por várias iniciativas nacionais e internacionais para promover a implementação de soluções e atrair investimentos.  

O Scanner é também um convite para toda e qualquer empresa que queira contribuir com exemplos de soluções escaláveis aplicadas no Brasil, que poderão ser enviadas para case@casesolutions.com.br.

Para Silvana Machado, diretora executiva de RH e Sustentabilidade do Bradesco, “o Scanner das Soluções representa um passo adiante ao transformar um conjunto de boas práticas em uma plataforma de engajamento estratégico, capaz de inspirar empresas de todos os portes a compartilhar e acelerar sua própria jornada climática.”

“Com este scanner queremos posicionar o Brasil como um país de soluções, mobilizar o setor privado nacional como ator estratégico de implementação e engajar investidores na construção de novos mercados. A C.A.S.E. reforça nosso compromisso com a construção de uma economia mais produtiva e positiva para o clima, natureza e as pessoas”, diz Marcelo Furtado, head de Sustentabilidade da Itaúsa.

Luciana Nicola, diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade do Itaú Unibanco, reforça a relevância da curadoria feita pela C.A.S.E. nos projetos desenvolvidos e colocados em prática pela iniciativa privada, com resultados mensuráveis e possíveis de serem escalados: “A seleção minuciosa e técnica é um jeito mais palpável de demostrar a necessidade de inovação e sustentabilidade caminharem juntas. Dar visibilidade aos cases de sucesso gera conexões, atrai investimentos para projetos de impacto e amplia os resultados.”

A Marcopolo acredita na mobilidade sustentável como um dos principais caminhos para a construção de um futuro mais responsável com o meio ambiente. “Fazer parte da C.A.S.E. reforça nosso compromisso em desenvolver soluções de mobilidade que acelerem a descarbonização do transporte e favoreçam a transição para um transporte coletivo mais limpo, eficiente e inclusivo. O Scanner das Soluções é uma ferramenta estratégica para mostrar ao Brasil e ao mundo o que já estamos realizando em prol do planeta e das pessoas, engajando ainda mais empresas nesse movimento transformador”, afirma André Armaganijan, CEO da Marcopolo.

Angela Pinhati, diretora de Sustentabilidade da Natura, acredita que compartilhar conhecimento é multiplicar impacto. “Acreditamos na atuação coletiva como a única via para enfrentarmos a crise climática, o que exige a articulação entre setor privado, governo e sociedade civil. Usamos o Scanner para dar visibilidade às soluções, transformando cases em modelos escaláveis para todas as frentes de atuação.”

Para Barbara Sapunar, diretora executiva de Business Transformation e ESG da Nestlé, a força do Scanner está em sua capacidade de organizar e conectar histórias reais de transformação. “É um instrumento de escala e visibilidade, que amplia o alcance de soluções brasileiras com resultados comprovados em diferentes setores”.

Grazielle Parenti, vice-presidente executiva de Sustentabilidade da Vale, destaca o papel da C.A.S.E. em mobilizar o setor privado para uma atuação de longo prazo, coordenada ao longo das cadeias de valor: “A C.A.S.E. mostra que a transformação já começou e que as empresas brasileiras têm soluções concretas para acelerar uma economia de baixo carbono junto com nossos parceiros. O Scanner das Soluções é uma plataforma de articulação, que conecta conhecimento técnico com impacto real. Essa mobilização é essencial para dar escala às mudanças que o Brasil quer liderar durante e após a COP30.”

Soluções que inspiram, conectam e transformam

A escolha das soluções pela C.A.S.E. seguirá como critério os pilares definidos pela Presidência da COP30 como prioritários: Financiamento Climático, Bioeconomia, Transição Energética, Sistemas Alimentares, Economia Circular, Infraestrutura e Transição Justa. Ao fomentar ações prioritárias construídas de forma colaborativa entre setores, a C.A.S.E. busca apoiar o protagonismo brasileiro na liderança climática global até novembro de 2026, deixando um legado concreto no contexto da presidência brasileira da COP.

Veja abaixo os primeiros cases divulgados pela iniciativa: 

Bradesco

Inclusão bancária e microcrédito para desenvolver comunidades
(Bradesco)

O Bradesco, em parceria estratégica com a Fundação Amazônia Sustentável (FAS), atua para fortalecer comunidades ribeirinhas da Amazônia por meio da inclusão financeira, do crédito e do investimento social privado. Na Comunidade do Tumbira, por exemplo, projetos de educação financeira, microcrédito e a oferta de serviços bancários possibilitaram que moradores e turistas realizassem operações bancárias sem precisar viajar até Manaus, estimulando o empreendedorismo e o turismo sustentável.

O banco também apoia o fortalecimento da cadeia do pirarucu manejado, levando capacitação e infraestrutura a manejadores em reservas protegidas, promovendo feiras, aprimorando a qualidade do pescado e criando pontes diretas com o consumidor. Outras frentes incluem o voluntariado corporativo, o apoio ao artesanato feminino e investimentos em infraestrutura básica, como escolas, saneamento e acesso à internet.

Hoje, mais de 3 mil pessoas na Amazônia atuam em pequenos comércios que oferecem serviços bancários – o modelo Bradesco Expresso, que aliado ao investimento social privado em parceria com a FAS, conectando comunidades a novas oportunidades de renda, conservação ambiental e prosperidade.

Economia circular da borracha
(Itaúsa / Alpargatas)

A Alpargatas criou o programa Havaianas reCICLO em 2020 para enfrentar o desafio do descarte de milhões de sandálias usadas todos os anos. Já foram coletados 450 mil pares, transformados em novas matérias-primas e produtos, com impacto direto na redução de resíduos em aterros e na geração de renda dos coletores de materiais recicláveis.

O programa reúne mais de 350 pontos de coleta em 25 estados e parcerias com 76 cooperativas, que passaram a ter uma nova fonte de renda ao comercializar a borracha reciclada. A iniciativa também inclui projetos de formação e educação, garantindo que os catadores tenham acesso a cursos e melhores condições de vida.

Com metas para 2030, entre as quais, garantir logística reversa em todas as lojas da marca, o reCICLO já chegou a mais de 15 países, consolidando o Brasil como exemplo em economia circular e inovação social.

Crédito para regenerar o solo
(Itaú Unibanco)

O programa Reverte é resultado de uma parceria entre Itaú BBA, Syngenta e The Nature Conservancy. A iniciativa foi elaborada para comprovar que é possível ampliar a produção agrícola sem desmatamento. O projeto financia a recuperação de pastagens degradadas, transformando um passivo ambiental em solo produtivo e lucrativo.

Os produtores têm acesso a crédito com até dez anos de prazo e três anos de carência para iniciar o pagamento, permitindo recuperar o solo com técnicas sustentáveis, como rotação de culturas e ILP (Integração Lavoura-Pecuária). Em contrapartida, os empresários assumem compromissos ambientais rígidos, como a ausência de desmatamento desde 2018.

Até agora, já foram investidos R$ 1,9 bilhão, com 260 mil hectares recuperados em 363 fazendas, preservando 387 mil hectares de vegetação nativa. É uma solução que alia produtividade, preservação e acesso a crédito sustentável.

Descarbonização do transporte
(Marcopolo)

A Marcopolo, protagonista no desenvolvimento de soluções de mobilidade sustentáveis com presença global e veículos circulando em mais de 140 países, tem intensificado seus investimentos em tecnologias que contribuem para a descarbonização do transporte. Comprometida com a agenda ESG, a companhia entende que mobilidade sustentável vai além da propulsão limpa — envolve também qualidade de vida urbana, eficiência dos sistemas de transporte e inclusão social.

A sustentabilidade está no centro da operação da Marcopolo, pois o transporte coletivo, por natureza, reduz o impacto ambiental. Nos últimos anos, esse compromisso ganhou ainda mais relevância no planejamento estratégico da empresa, com o desenvolvimento de veículos movidos a energias limpas, como elétricos, híbridos (elétrico/etanol), gás natural veicular e biometano. A Marcopolo também avança em pesquisas para veículos movidos a hidrogênio, com iniciativas no Brasil, Colômbia e na Austrália, reforçando sua atuação inovadora e global.

Bioeconomia para fortalecer as comunidades
(Natura)

A Natura desenvolve cadeias da sociodiversidade na Amazônia há 25 anos por meio de uma estrutura chamada GRAS (Grupo de Relacionamento com as Comunidades da Sociobiodiversidade), que além de cuidar da seguridade do fornecimento dos insumos comprados pela empresa, cuida também do desenvolvimento da comunidade. E foi assim que há duas décadas plantas como a priprioca, a pataqueira, o estoraque e o capitiú deixaram de fazer parte apenas da tradição local dos pouco mais de 400 habitantes da comunidade de Campo Limpo em Santo Antonio do Tauá, cidade na Amazônia paraense, para virar fonte de renda.

Entre as atribuições do GRAS estão dar apoio técnico e social às comunidades, fomentar a profissionalização das cooperativas e fortalecer a governança local. As agroindústrias comunitárias como a de Campo Limpo estão entre os projetos mais bem-sucedidos da Natura desde 2010. Atualmente há 21 agroindústrias instaladas no Brasil, em uma parceria da Natura com as comunidades, sendo 19 delas na Amazônia. A iniciativa faz parte de um programa maior de formação e integração das cadeias da sociobiodiversidade da Amazônia, envolvendo 45 comunidades, que fornecem 46 bioigredientes presentes no portfólio da marca, usados em linhas variadas, em produtos de perfumaria, corpo, cabelos e cuidados pessoais. As agroindústrias são um modelo de descentralização fabril, indutor de geração e de centralização de renda para as comunidades agroextrativistas.

Agricultura regenerativa para reduzir emissões de CO²
(Nestlé)

A Nestlé assumiu compromissos ambientais ambiciosos: reduzir pela metade suas emissões de CO2 até 2030, e zerar as emissões líquidas até 2050. A meta inicial de impactar 20% de matérias-primas com sistemas regenerativos até dezembro de 2025 foi não só alcançada, mas ultrapassada já no fim de 2024, chegando a 41% no Brasil. Para que isso fosse possível, a Nestlé estimula práticas regenerativas nas cadeias fornecedoras de cacau, café e leite, pois, segundo levantamento da multinacional suíça, o trio é responsável por 70% da sua pegada de carbono. Por meio da parceria com produtores, a companhia já impactou mais de 15 mil fazendas brasileiras, classificadas entre aquelas que se engajaram e iniciaram o processo regenerativo e as especialistas, que já estão utilizando uma metodologia mais avançada.

Para saber em qual grau de maturidade cada integrante dos projetos está, a gigante de alimentos criou o Farm Assessment Tool, espécie de calculadora que ajuda nesse diagnóstico. Na Nestlé, o impacto é de grande escala: cerca de 25% da matéria-prima (café e cacau) utilizada pela companhia é fornecida pelo Brasil.

Programas como o Nestlé Cocoa Plan envolve cerca de 6,5 mil produtores de cacau no Brasil. Já o Nature por Ninho incentiva mais de mil fazendas a adotarem métodos sustentáveis que garantem a qualidade do leite. Já o Nescafé Plan apoia mais de 3 mil propriedades produtoras de café.

Solução brasileira para descarbonizar a produção global de aço
(Vale)
O briquete de minério de ferro é um produto que a Vale desenvolve há 20 anos como solução para apoiar a redução das emissões da siderurgia, setor responsável por 8% das emissões globais e considerado de difícil abatimento. Principal matéria-prima do aço, o minério de ferro é comercializado de diferentes formas. Alguns minérios passam pelo processo de “aglomeração” para adequação de tamanho e formato, viabilizando seu uso na siderurgia. Tradicionalmente, os aglomerados são comercializados na forma de pelotas. Outro aglomerado tradicional é o sínter, produzido dentro das siderúrgicas. Para ambos, altas temperaturas (~1300ºC) são necessárias durante sua produção.

A inovação da Vale foi o desenvolvimento de um novo aglomerado, o briquete de minério de ferro, que tem grandes vantagens: emite até 70% menos carbono em sua produção, pois requer calor de 250 °C, não usa água e libera menos NOx (óxido de nitrogênio) e SOx (óxido de enxofre); no alto-forno, pode reduzir em até 10% as emissões devido a ganhos de produtividade e menor uso de combustíveis fósseis;  pode substituir pelotas nos fornos de redução direta, sendo essencial para a produção do “aço verde”.

A primeira planta de briquete foi inaugurada em 2023, em Vitória, e três testes industriais já foram realizados por clientes com bons resultados.Sobre a C.A.S.E.
A C.A.S.E. é uma iniciativa articulada por Bradesco, Itaúsa, Itaú-Unibanco, Marcopolo, Natura, Nestlé e Vale com o objetivo de posicionar o Brasil como protagonista na agenda climática global e o setor privado brasileiro como articulador de soluções para os desafios globais de clima, natureza e pessoas. Trata-se de uma iniciativa coletiva e colaborativa que busca evidenciar iniciativas concretas já em curso no Brasil, com potencial de escala internacional. A C.A.S.E. promove diálogos qualificados, articulação estratégica e mobilização multissetorial, reforçando a imagem do país como capaz de conciliar desenvolvimento econômico com sustentabilidade e justiça social. Ao longo de 2025, e com a pretensão de desdobramentos até 2026, buscaremos contribuir com um legado duradouro para a presidência brasileira da COP, com o fortalecimento da Agenda de Ação e para o avanço na superação de barreiras que ainda limitam a transformação em escala.

Rolar para cima